Ciência detona 5 mitos a respeito do treinamento para cães

Ciência detona 5 mitos a respeito do treinamento para cães
Ciência detona 5 mitos a respeito do treinamento para cães (Foto: Destiny Wiens/Unsplash)

A maneira certa de treinar um cachorro é motivo de pesquisas constantes entre os campos do comportamento animal, ecologia e ciências veterinárias. De acordo com cientistas, confira os cinco dos maiores mitos de treinamento de cães.

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1. Os cães querem dominar você

Um dos mitos mais comuns é que os cães tentam se tornar o “alfa” da casa. A ideia, introduzida pela primeira vez em meados do século 20, foi posteriormente desmistificada depois que os ecologistas perceberam que as observações originais de comportamentos de dominância eram baseadas em lobos em cativeiro mantidos em um zoológico.

Quando os ecologistas corrigiram o erro, no entanto, a ideia já estava firmemente enraizada nos círculos de treinamento de cães, muitos dos quais continuam a promover a chamada “teoria da dominância” ao trabalhar com cães.

“É difícil saber quanto tempo levará para [esse mito] desaparecer da comunidade de treinamento de cães”, disse a bióloga Gabi Fleury em entrevista ao autor Jules Howard, autor de livros sobre o assunto e colunista do site Science Focus.

2. As guloseimas são subornos

Essa ideia é motivo de irritação entre especialistas em comportamento animal. Mitos como esses são baseados na ideia difícil de mudar de que os cães devem seguir os comandos por respeito, em vez de buscar recompensas.

“Por que devemos esperar que nossos cães repitam comportamentos sem recompensa, uma vez que os tenham aprendido?”, indagou a neurocientista Alice Gray em entrevista ao Science Focus. “Estou pagando meu cachorro por seu trabalho duro – com guloseimas, brincadeiras ou elogios!”

3. Você não pode ensinar novos truques a um cachorro velho

Quando os cães chegam na vida adulta, muitos donos já consideram que a janela de treinamento já foi concluída, mas isso não é verdade. O treinamento é uma coisa de longo prazo, algo que precisa ser reforçado de novo e de novo.

“Isto é especialmente importante para recordar e andar a pé, que são importantes para a segurança do cão e de outras pessoas, bem como de animais selvagens”, ressaltou Dani Rabaiotti, pesquisadora de cães selvagens, ao site Science Focus.

4. Você tem que ser o cara mau às vezes

O treinamento baseado em recompensas pode se correlacionar com maior obediência e um vínculo humano-canino mais próximo, quando comparado ao treinamento conduzido por punição. Também pode ajudar os cães a aprender novos truques de forma mais eficaz.

“Muitos treinadores de cães ainda dependem de punições para obter os comportamentos que desejam, mas recompensas positivas funcionam muito melhor”, disse Nicola Clements, pesquisadora de bem-estar animal, ao Science Focus.

“Existe essa crença popular de que você precisa agir como uma pessoa realmente má ao treinar seu cão”, explicou o biólogo evolucionário Ben Garrod ao Science Focus. “Você não precisa. Você só precisa de confiança e consistência, com muita paciência.”

5. Há apenas uma maneira de treinar um cão

Nas décadas de 1950 e 1960, observações comportamentais de longo prazo de cães criados em diferentes condições mostraram como suas personalidades na vida adulta podem ser influenciadas tanto por componentes genéticos (ligados em parte à raça) quanto por experiências de vida, particularmente durante a infância.

“Isso significa que não existe um ‘tamanho único’ ao treinar cães”, acrescentou a ecologista Charlotte Dacre ao Science Focus. “Sem querer antropomorfizar, todo cão tem uma ‘personalidade’ que todo treinador precisa estar atento.”

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